A exigência numa declaração de Barca-Velha é conhecida. Afinal, desde 1952 até hoje, apenas 21 colheitas mereceram o estatuto de expoente máximo do Douro com a assinatura de Casa Ferreirinha. Uma decisão enológica que na Sogrape se recebe com um misto de celebração e responsabilidade. “O anúncio de um novo Barca-Velha é sempre um momento muito especial e de enorme alegria. Por um lado, há o orgulho de ver nascer um dos mais emblemáticos e reconhecidos vinhos nacionais, e por outro, a consciência do cuidado imprescindível para escrever um novo capítulo nesta história sem igual no setor vitivinícola”, comenta Fernando da Cunha Guedes, Presidente da Sogrape.
Graciosidade, carácter e persistência são alguns dos adjetivos que o enólogo Luís de Sottomayor utiliza para descrever o vinho, mas foi a sua impressionante capacidade de guarda que ditou o juízo final quanto a Barca-Velha 2015. “2015 foi uma vindima curta e atípica, mas muito próspera em qualidade, marcada por pouca chuva e duas ondas de calor em junho e em julho, que contribuíram para a produção de vinhos muito complexos, com boa estrutura e fruta bem presente”, descreve o responsável para quem sempre houve uma “enorme convicção quanto ao destino desta colheita”, e que agora se confirma.
Declarado apenas em anos verdadeiramente excecionais, Barca-Velha é, desde a sua criação, elaborado com uvas selecionadas de diferentes altitudes no Douro Superior. A Quinta da Leda, com 170 hectares de vinha, dá atualmente origem à maior parte do lote composto pelas castas tradicionais da região